Tuesday, March 5, 2013

A estréia do Porsche 908-2 no Brasil

 

O Porsche 908-2 ficou famoso nas cores da Hollywood em 1971 e 1972, mas na sua estréia, era um carro verde e branco com pequenos adesivos da STP e do banco COMIND. A Equipe Z se tornaria, após duas corridas com o 908-2, em Equipe Hollywood, que dominaria completamente as corridas de esporte protótipo daquele ano.

A estréia do 908-2 se deu numa corrida em Interlagos, na prova chamada Torneio União e Disciplina. O patrocinador deveria ser o DOPS. Brincadeira a parte, somente o GP da Democracia de 1964 teria um nome com óbvio intento político quanto a União e Disciplina.

Além do 908-2, a Equipe Z também adquirira o Porsche 910 que tinha sido da Speed Motors, e antes disso, de Mario Olivetti. Quando o petropolense era proprietário do carro, curiosamente a equipe era patrocinada pela Hollywood, e, de fato, a equipe era conhecida como Souza Cruz.

O cívico torneio teria a prova de Esportes-Protótipos, uma corrida de protótipos nacionais (precursora da Divisão 4) e carros turismo e uma corrida de estreantes e novatos.

Na prova principal, Luizinho Pereira Bueno largou atrás com o carrão, mas ainda assim, ganhou as duas baterias com certa facilidade. Havia outros carros bons na prova. Duas Lolas T70, uma com Antonio Carlos Avallone e outra com Norman Casari, a Lolinha de Tite Catapani, o 910 com Lian Duarte, um Royale de Sergio Mattos e o Casari de Renato Peixoto. Além disso, participaram cinco Pumas, o Amato-Chevrolet de Salvatore Amato, o Camber com Luis Estevao e o Milli-VW com José Minelli.

Luizinho rodou sempre por volta de 3 minutos, e de fato conseguiu disparar na frente apesar de largar em último! Um novo paradigma de performance acabava de ser estabelecido para as pistas brasileiras, diga-se de passagem, nunca igualado na época. Luizinho liderou todas as voltas com tranquilidade, e marcou 3m0,4s na sua melhor volta. Coitado de Tite, que já estava se acostumando em ganhar corridas com a Lolinha. O 908-2 seria a sua pedra de tropeço em 1971 e 1972. Salvatore Amato merece menção honrosa, pois na segunda bateria conseguiu se manter na frente de Antonio Carlos Avallone, cuja Lola tinha o dobro de cilindrada.

Na corrida dos Divisão 4, Jan Balder deu a Norman Casari a alegria que lhe faltou na prova principal. Nesta a azarada Lola laranja da Equipe Brahma fundiu o motor logo na primeira volta da primeira bateria. O protótipo carioca, com motor Ford Galaxie e DNA do Carcará, fez as 8 voltas em 27m,44,5s, chegando à frente de Salvatore Amato, dos dois Pumas de Waldemyr Costa e Helio Vasiliauskas, e de Jose Minelli com seu Milli-VW. A melhor volta de Balder foi 3m22.3. O melhor entre os carros turismo acabou sendo Ricardo di Loreto, com um Fusca. Dois Opalas, com Carlos Alberto Sgarbi e Silvio Montenegro, abandonaram.

Primeira vitória do Casari. Com Jan Balder no volante.

Um taxista se inscreveu na prova de estreantes e novatos, postulando uma mudança de carreira. Infelizmente, não foi muito bem sucedido, viu que a coisa era mais séria e voltou à mais pacata praça.

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